Pesquisar este blog

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Alunos de recuperação LPL: dia 02/07.


Oswaldo – 3MED1B

Thaina Cristina – 3MED1B

Wesley - 3MED1B

Rafael Ramos – 3MED1A

Julio – 3MED1A

Samanta – 1MAD1

Rafaela – 1MAD1

Larissa Poplaski – 1MAD1

Thiago A – 2MED1A

Danilo – 2MED1B

Thiago Antunes – 2MED1B

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Resumo para o provão amores do 2MED1A e B

Arcadismo

Lembrar dos trabalhos apresentados sobre Iluminismo, Enciclopedismo, Revolução Francesa e Declaração de Independência dos Estados Unidos. Atentar-se para o fato de que o contexto histórico do arcadismo brasileiro foi a Inconfidência Mineira, já que os principais representantes deste movimento pertenciam a este grupo. Com isso, o texto intitulado "As Cartas Chilenas" aparece como uma literatura de protesto contando as loucuras do então governador de Minas Gerais, Luís da Cunha Meneses. Só que para garantir sua integridade Tomás Antonio Gonzaga utiliza o pseudônimo de Critilo e chama seu amigo Claudio Manoel da Costa, a quem endereçou as cartas, de Doroteu. O espaço não é Minas Gerais, mas o Chile, e o governador recebe a alcunha de Fanfarrão Minésio.
Romantismo

O contexto histórico do romantismo brasileiro é a nossa independência. Um Brasil liberto, com a necessidade da formação de uma identidade genuinamente nacional e com a formação de uma nova classe social, os burgueses, apresenta-se no início do século XIX.

Esta escola literária apresentou produções nos três principais gêneros textuais: poesia, prosa e teatro.

Na poesia existem, para facilitar o entendimento das obras, a seguinte classificação:

Primeira geração: NACIONALISTA OU INDIANISTA. Recebeu este nome por exaltar o índio como heroi nacional, de maneira ingênua e romântica. Além disto, cantou em versos a beleza das paisagens e da natureza brasileira. Seus principais representantes foram: Gonçalves de Magalhães, com o livro que deu marco ao movimento "Suspiros poéticos e saudades" e Gonçalves Dias, com sua tão parodiada "Canção do Exílio" (não se esqueçam de dar uma olhadinha neste poema!)

Segunda geração: BYRONIANA, MAL DO SÉCULO. Recebeu este nome por ser considerada a geração que mais elevou os ideais do romantismo, tais como: escapismo, pessimismo, idealização da mulher como musa, amor platônico, etc. Seus principais representantes foram: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire.

Terceira geração: CONDOREIRA. Lembrem-se de que o condor é a ave símbolo da liberdade. Neste momento, Castro Alves, poeta abolicionista, em seu livro "Navio negreiro" apresenta todo sofrimento das viagens que os escravos faziam naquela época. Já estamos ao final do romantismo...

Na prosa, seguramente, nosso principal representante foi o pernambucano José de Alencar. Ele compôs o que podemos classificar como: romances urbanos, romances indianistas, romances regionalistas. Aqui, destaco sua veia indianista, na construção da tão famosa figura feminina "A virgem dos lábios de mel"... Iracema, a índia que tudo troca e tudo aguenta por amor. Deste amor entre uma índia e um português (Martim) nasce Moacir, a representação da miscigenação brasileira. Este romance conta a história da colonização nordestina.

Já em "Senhora", um de seus romances mais lidos e que deixava as mulheres burguesas suspirando, Alencar cria Aurelia: "Há anos raiou no céu fluminense uma estrela". Uma mulher humilde, a quem o destino prega uma peça, ao encontrar-se apaixonada e ser trocada por outra por dinheiro. O seu objeto amado, Fernando, quer a todo custo uma vida adequada a sua estirpe e acaba deixando-a de lado. Assim, tem incício a narrativa que nos conta a história de uma mulher apaixonada, porém endurecida. Em alguns momentos podemos nos perguntar o porquê de não considerá-la uma figura pertencente ao realismo. Sim, podemos considerá-la com traços que anunciam a próxima estética, porém é o final do romance que reafirma que Aurélia é mesmo uma típica heroína romântica. Não se esqueçam de olhar os nomes das quatro partes do livro, eles nos revelam a trajetória alencariana...

Que o amor possa contagiar os corações de cada um de vocês e que tenhamos todos um FINAL FELIZ!!!

Com o amor de sempre...

Professora Viviane

terça-feira, 5 de junho de 2012

Resumo para a avaliação de literatura - amores do 3MED1A e B


Pré-Modernismo

Lima Barreto

O homem que sabia javanês

I- Considerações

Esta obra foi publicada pela primeira vez em 1911, pela Gazeta da Tarde. Relato satírico, é uma medida exemplar do talento de Lima Barreto com contista. E também de sua modernidade. Apesar da data, o tema continua atualíssimo.

Afinal, quanto de nós já não nos deixamos impressionar pelo difícil palavreado médico, que parece guardar nossa salvação ou condenação? E o que dizer da estranha língua em que os economistas tentam justificar a pobreza do país? Político tem de falar bonito, o que muitas vezes equivale a falar difícil. Muita gente não entende, mas respeita. Principalmente porque não entende.

Médicos, economistas, políticos e seus "códigos secretos" - quem há de negar que são homens cultos a quem essa sabedoria, embora traduzida de maneira incompreensível à maioria, garante respeito, autoridade, poder?

É a irreverência estúpida a esse saber exótico, cifrado que Lima Barreto satiriza no conto. Um tema caro ao autor, quase uma causa que ele discute em várias de suas obras. A ascensão e glória de Castelo, porém, servem para a discussão de outros temas: a artificialidade de alguns intelectuais, a política dos favores, a eficiência dos títulos num país de doutores.

No conjunto, esses assuntos formam um retrato de uma faceta do Brasil e do brasileiro. O retrato ressalta a nossa melancólica vocação para o improviso, para o oportunismo dos muitos "Castelos" da vida nacional. No país das trapalhadas, a desordem é legítima pr uma ordem feita apenas de aparências.

Avesso e complemento, a desordem mina a ordem social pelo protecionismo, pelos favores, pelo respeito a títulos, rótulos em si suficientes para garantir status. O saber ajuda. Mas para a ascensão social talvez importem mais as relações com pessoas influentes, a proximidade com o poder e a fabricação de uma imagem do que um saber verdadeiro. Assim, a tal "desordem" transforma-se em uma espécie de ordem que convive com a outra, a das leis, normas, a da burocracia.

Castelo sabe disso. Como bom malandro, sabe aproveitar o minado universo da ordem para dar seu golpe de mestre. Como ele mesmo diz, é um Brasil burocrático e imbecil que se acham as oportunidades para as "belas páginas da vida".



II- Personagens
É o próprio Castelo quem narra sua história. O que sabemos dele? Nada de suas origens. Apenas que frequentou a escola da malandragem. Viajado, vivia de cambalachos, de pequenos expedientes. Embora não tivesse dinheiro, tendo de se mudar de pensão por falta de pagamento, não quer saber de trabalho regular, com horário e monotonia. Seu universo, até conhecer o barão, era o das ruas, dos bondes lotados, dos pagamentos atrasados. Obrigado a se virar, Castelo aprende a ter olho para as oportunidades, para as trambicagens rendosas. Disposto a levar vantagem em tudo, não tem escrúpulos em enganar, mentir para defender o seu.

Mas para haver malandro é preciso haver otário. No conto, esse papel é protagonizado pelo Barão de Jacuecanga, aluno de javanês, preocupado apenas em garantir a boa forma de sua descendência. Seu interesse pelo javanês é apenas aparente. Apesar do título e do dinheiro, é supersticioso; teme não cumprir o desejo do pai e condenar a família à infelicidade. Ingênuo, tolo, cai em todas as mentiras de Castelo. Afinal, não é todo dia que se encontra um professor de javanês! Superficial, sem um interesse real pela tal língua, bastam-lhe o título e o cumprimento formal de um pedido.

Ao lado do barão estão todos aqueles que estupidamente vêem em Castelo a imagem que o velhote ajudou a criar - a de um sábio respeitável. O título de professor de javanês cala a cobrança do empregado de pensão. "É um assombro! Tão moço! Se eu soubesse isso, ah! Onde estava!", admira-se o genro do barão. Chefes de seções do serviço público, os informados da rua e até o Visconde de Caruru - todos reconhecem nele um ser superior, especial, digno de todo o respeito. O título gera fama e prestígio que a personagem sustenta aplicando golpes sucessivos, safando-se, na malandragem, das situações difíceis.



III- Enredo
Mas não é só a boa-fé dos outros que ajuda Castelo. Ele também conta com a sorte para livrar-se das armadilhas que o enredo lhe prepara. É o caso do marujo javanês a quem quase teve de servir de intérprete. No último momento, o cônsul holandês, adiantando-se à demora do "professor", impede que este seja desmascarado. É o caso também do congresso de sábios. Por um engano, é mandado para a seção de tupi-guarani, que se reunia em Paris. Assim não teve de provar seus conhecimentos de javanês. Sem nenhum escrúpulo, tira o melhor proveito da situação e volta consagrado pelos artigos publicados em jornais europeus e pelo banquete que lhe foi "oferecido" em Paris - promoções que ele mesmo financia. Dos sábios fica um retrato ridículo; toda a sua sabedoria não serve sequer para desmascarar um impostor espertalhão.

Os lances de sorte não param por aí. Há também o caso da herança que o barão recebe de um parente português e que, ao morrer, deixa, quase toda, para Castelo. Por sorte, o aluno de javanês e seu genro conhecem o Visconde de Caruru, que, como bom arranjador de empregos, coloca Castelo na carreira diplomática. O retrato do visconde é tão grotesco quanto o do barão. Ambos se enquadram naquilo que Lima Barreto chamava de "as escoras sabichonas", ou seja, gente poderosa e rica mas estúpida.

Heranças inesperadas, imprevistos salvando a personagem no último instante: o enredo é temperado com ingredientes do folhetim - histórias que no século XIX eram publicadas em capítulos nos jornais. Nessas histórias , o destino sempre tramava acontecimentos inesperados que transformavam a vida das personagens. Essa força fora do controle das personagens servia para dar verossimilhança à história, ou seja, para justificar alguns fatos do enredo.

No conto de LB isso também acontece. Castelo, por exemplo, não poderia gastar tanto dinheiro com banquetes e publicações em jornais do exterior se não tivesse recebido a herança do barão. Este, por sua vez, não poderia dar todo esse dinheiro a Castelo se não o tivesse recebido do parente português.

Os lances folhetinescos também criam suspense na história, pois colocam a personagem em perigo. O herói é quase desmascarado, mas salvo no último instante como os heróis do folhetim.



IV- Linguagem

Esperto, sortudo, Castelo também é debochado. É em tom de piada que ele narra sua história ao amigo Castro. A situação cria um clima informal para a conversa. Estão em uma confeitaria, bebendo cerveja. Nesse contexto, o caso ganha ares de assunto mundano. Um caso engraçado para se contar em mesa de bar. O golpe do narrador vira uma anedota que ridiculariza ainda mais todos os que acreditaram nele, tornando-os caricaturas grotescas da ingenuidade, da estupidez. O tom da narração sugere que a safadeza, a malandragem são motivos de orgulho para o narrador. Ele aprendeu que o reconhecimento social nada tem a ver com verdades.. Por isso pode contar seu grande golpe sem culpas, e até rir daqueles que o levaram a uma glória confortável.

Castro, seu interlocutor, pouco interfere na narrativa. Na verdade está mais próximo do leitor que de Castelo. Entre incrédulo e ingênuo, suas observações são as que qualquer um de nós poderia fazer diante de uma história tão "absurda". A ingenuidade de Castro acaba por reforçar a esperteza de Castelo, que, ao lado dele, parece muito mais habilidoso e experiente no jogo das relações.

O tom da narração determina também a linguagem do texto: coloquial, tão informal quanto a situação em que se encontram as personagens. Construções sintáticas simples, gírias e expressões do cotidiano somam-se ao humor do narrador para transformar o conto num flagrante do cotidiano, com jeito de crônica carioca.



V- Espaço
A cidade que LB tanto amava não poderia estar ausente do relato. O Rio de Janeiro de seu tempo aparece na confeitaria onde os amigos conversam, nos bondes cheios de "cadáveres", na referência à Biblioteca Nacional, ao Jornal do Commercio, à rua Conde do Bonfim.

Mas nesse espaço também se notam os limites sociais que Castelo, em sua trajetória, consegue romper. Ao mundo das pensões e dos bondes lotados opõe-se a reconfortante alameda de mangueiras da casa do barão, com suas porcelanas finas e retratos emoldurados em dourado, a própria confeitaria, lugar, naquele tempo, refinado e frequentado pela burguesia bem-sucedida. O fechado mundo do barão cede, afinal, à malandragem que Castelo aprendeu no mundo da rua. Ao ceder, esse mundo fechado, aparentemente ordenado, torna-se cúmplice da malandragem.



VI- Comentário final
Vítimas da própria estupidez, e por isso mesmo, o barão, seu genro, os sábios e todos os que se convenceram da notoriedade de Castelo legitimam suas ações, suas mentiras. Além da estupidez, homens regidos por uma política corrupta, regida pelos favores são aspectos de uma realidade minada pela desordem - o avesso daquilo que se apresenta como ordem.

Com a história de Castelo, LB nos apresenta um país sem leis e pouco preocupado com verdades, talentos ou inteligências sinceras. Embora satírico, O homem que sabia javanês é uma crítica áspera "aos políticos e aos donos da vida em geral, à mania de ostentação, ao vazio intelectual e à incompetência" - denúncias que, lamentavelmente, permanecem atuais.

Triste Fim de Policarpo Quaresma

1. Enredo:

I Parte

Policarpo Quaresma, mais conhecido por Major Quaresma, subsecretário do Arsenal de Guerra, residia no bairro de São Januário, na cidade do Rio de Janeiro, há cerca de trinta anos. Muito conhecido entre a vizinhança, principalmente por seus hábitos metódicos e por seu extremado nacionalismo, sentia-se realizado em sua função burocrática no exército, escolhida quando, ao apresentar-se para o serviço militar, fora recusado pela junta de saúde. Sua pontualidade era tal que a vizinhança podia marcar o tempo por seus movimentos diários. E seu nacionalismo era tão extremado que em sua mesa, em sua biblioteca e em seu jardim havia lugar exclusivamente para comidas, livros e flores genuinamente nacionais. Na música só apreciava a modinha, a seu ver a mais autêntica e completa expressão musical da alma brasileira.

Foi devido exatamente às suas preferências musicais que começaram a ser notados sinais de na vida do metódico subsecretário do Arsenal, sinais logo detectados pela vizinhança. Ocorria que, depois de quase trinta anos de estudos e de silencioso devotamento à causa de pátria, Quaresma começara a sentir dentro de si uma força que impelia a colocar em prática suas ideias, a colaborar para que o Brasil se tornasse rapidamente uma nação até mesmo superior à Inglaterra, que na época se encontrava no apogeu de seu poder. A primeira decisão tomada foi a de aprender a tocar violão. Para tanto contratou como seu professor Ricardo Coração dos Outros, famoso violinista e cantador de modinhas, que passou então a frequentar assiduamente a casa, para desgosto de Adelaide, a irmã de Quaresma, que com ele residia, e para surpresa e espanto da vizinhança. Com a colaboração do general Albernaz, um vizinho que tinha cinco filhas para casar, e de Cavalcanti, um dentista, noivo de Ismênia, uma delas Quaresma descobre também um velho poeta popular que lhe fornece dados relativos a cultura do povo. Em seu entusiasmo, porém, o subsecretário não se satisfaz com isso e se dedica ao estudo das manifestações culturais indígenas chegando a assustar Olga, sua afilhada, e o compadre, o rico imigrante italiano Vicente Coleone, ao saudá-los à moda tupinambá quando, certa ocasião, estes vão visitá-lo. E um dia deixa intrigado Ricardo Coração dos Outros ao qualificar a inúbia e o maracá como instrumentos musicais muitos superiores ao violão.

Assim, ninguém de surpreende quando, no dia do há tanto tempo esperado noivado de Ismênia uma notícia se espalha rapidamente Quaresma ficara louco e se encontrava internado. Tudo começara, segundo os presentes à festa, com requerimento que o subsecretário enviara à Câmara de Deputados solicitando a doação do tupi como língua oficial do país. O fato provocara risos, tornara-se o assunto do dia em todos os jornais e atraíra sobre o métodico Quaresma a ira dos colegas de repartição. A situação tornara-se, porém completamente insustentável quando o subsecretário, por distração traduzira para o tupi um requerimento que fora parar no Ministério da Guerra. O incidente gerava sua suspensão - que apenas não se transformara em demissão por intervenção de Vicente Coleoni - e o levara a tomar a decisão de interna-se no hospício, localizado na Praia das Saudades. Ali, Quaresma recebia periodicamente a visita de Ricardo Coração dos Outros, de Vicente Coleone e da filha.

Em uma destas visitas, na companhia do pai. Olga percebe que o padrinho está bem melhor e aproveita a ocasião para informá-lo, sem muito entusiasmo, de que em breve casaria. Ao retornarem à casa de Quaresma, encontram Ricardo Coração dos Outros, em conversa com Adelaide, que lhes dá notícias do desconsolo de Ismênia, cujo noivo viajara há meses e nunca mais mandara notícias.

II Parte

Depois de seis meses de internamento Quaresma deixa o hospício aparentando ter-se recuperado, apesar de demonstrar tristeza e abatimento. Certo dia, Olga, vendo-o assim, pergunta-lhe se comprar um sítio não seria uma boa solução para ele.

Quaresma mostra-se tão entusiasmado com a ideia que a afilhada quase se arrepende de ter falado no assunto. Passando imediatamente à ação, vende sua casa em São Januário, compra o 'Sossego', um sítio localizado no município de Curuzu, a duas horas de trem do Rio de Janeiro e, começa a fazer planos de produzir grandes quantidades de feijão, milho, frutas, verduras, etc. No 'Sossego', em companhia de Adelaide e de Anastácio, um antigo escravo que se esforça para ensiná-lo a capinar.

Quaresma passa o tempo a trabalhar, limpando o pomar e as imediações da residência. Apesar do isolamento do sítio, ali também chega a política e Quaresma recebe um dia a visita do Tenente Antonino Dutra, escrivão da coletoria, que vem pedir-lhe uma ajuda para a festa da padroeira e sondá-lo a respeito de sua posição quanto às lutas políticas do município. Quaresma mostra-se disposto a dar ajuda para a festa mas deixa claro que não pretende envolver-se na política local, o que faz com que o escrivão fique surpreso e insatisfeito.

Enquanto isto, no Rio, em seu quarto de pensão, Ricardo Coração dos Outros reflete, amargurado, sobre o fato de que outro tocador de violão e cantador de modinhas, um negro, passara aos poucos a ocupar seu lugar fazendo com que o povo esquecesse o antigo menestrel. Mas uma carta o anima: o general Albernaz finalmente conseguira marcar o casamento de uma das filhas, Quinota, e o convidava para a festa. Na ocasião, Ricardo Coração dos Outros revive seus dias de glória, o general aproveita para falar das batalhas das quais nunca participara e Ismênia chora ao recordar-se do noivo que nunca mais aparecera.

Uma semana depois Olga também casa, apesar de já estar desiludida do noivo, o doutor Armando Borges, que inicialmente aparentara ser uma personalidade séria e dedicada à ciência mas logo se revelara um carreirista sem muitos escrúpulos.

Quaresma decidira não ir à festa do casamento da afilhada, pois a época da semeadura aproximava-se e ele não queria perder tempo. Contudo, enviara o peru e o leitão tradicionais. Em Curuzu, a chegada de Ricardo Coração dos Outros, que decidira visitar o 'Sossego', movimenta a vila e o cantor vive novo período de glória em meio à sociedade local. Dias depois, Olga e o marido também aparecem no sitio. Certa manhã, Quaresma e todos os demais são tomados de surpresa: O Município, um semanário local ligado ao partido situacionista, publica um editorial atacando violentamente os intrusos, além de uns versos que ironizavam o antigo subsecretário do Arsenal. O espanto aumenta quando Ricardo Coração dos Outros relata o que ouvira, dias antes, na vila: todos acreditam que Quaresma viera ali para fazer política e o escrivão Antonino Dutra jurara desmascará-lo. Quaresma fica impressionado mas a presença dos amigos faz com que aos poucos o episódio seja esquecido. Durante os dias em que permanecem no 'Sossego', Olga se choca, em seus passeios pela região, com a miséria da população e o doutor Armando Borges chega à conclusão de que seria necessário adubar a terra para que ela produzisse, o que é violentamente negado por Quaresma, que em seu nacionalismo exacerbado defende a tese de que as terras do Brasil são as mais férteis do mundo.

Depois de quase um ano lutando contra as ervas daninhas, as formigas, as pestes e toda a sorte de contratempos, Quaresma, finalmente, consegue produzir aipim, abacates, abóboras e outros alimentos. Mas ao vendê-los percebe que seu lucro é quase nulo, já que a ação dos atravessadores faz com que o preço paga ao produtor seja ínfimo e o cobrado do comprador seja alto. Isto o leva a pensar na necessidade de modernizar a agricultura, de comprar implementos e talvez até de usar adubos, como o aconselhara o marido da afilhada. Quaresma se dá conta também de que as condições em que viviam as populações do interior e que tanto haviam chocado Olga eram o resultado de uma política consciente dos grupos que detinham o poder há séculos, os quais não possuíam qualquer interesse em realizar reformas, pois as mesmas só serviriam para atrapalhar e até destruir seus esquemas de dominação política e social. Disso tem pessoalmente a prova quando percebe a rede de intrigas que os grupos políticos de Curuzu armam a seu redor por ter-se mantido equidistante dos mesmos. Na perspectiva destes grupos, ele é um intruso que com suas ideias ameaça a tranquilidade do município, sendo necessário afastá-lo a qualquer custo.

Diante de tudo isto, os olhos do ex-subsecretário do Arsenal se abrem e ele compreende quanto fora ingênuo com suas ideias a respeito da modinha, do folclore e, até mesmo, da agricultura. Os remédios necessários para os males do país eram de natureza bem mais drástica. Era preciso um governo forte, faziam-se necessárias reformas profundas e leis sábias, principalmente no setor agrícola. Então sim a terra daria frutos, a população toda viveria em melhores condições e a Pátria seria feliz.

Quaresma refletia sobre tais assuntos quando Felizardo, um de seus empregados, o informa que não viria trabalhar no dia seguinte, 7 de setembro, não por ser feriado, mas porque decidira fugir para o mato a fim de escapar a um possível recrutamento forçado. Ao ler os jornais, Quaresma, que ficara surpreso com o fato, entendo tudo. A esquadra revoltara-se e exigia que o presidente, o Marechal Floriano Peixoto, deixasse o poder. Os lhos de Quaresma brilham: um governo forte, reformas profundas, leis sábias....Era chegado o momento! Imediatamente vai até o telégrafo e passa uma mensagem:

'Marechal Floriano. Rio. Peço energia. Sigo já. Quaresma.'

Enquanto isto, a cidade do Rio de Janeiro fervia. Em meio à agitação, o general Albernaz não só falava de suas batalhas como pensava em ver aumentado seu soldo, o que lhe possibilitaria casar outra das filhas: o doutor Armando Borges, por sua parte, preparava um novo salto em sua carreira; Vicente Coleoni mantinha-se, prudentemente, afastado da política; Ismênia enlouquecia aos poucos e Olga conformava-se com um casamento infeliz. Só Ricardo Coração dos Outros, desligado das contingências terrenas e satisfeito com mais um período de fama, cantava sua última composição: Os lábios de Carola!

III Parte

Passados alguns dias, que ocupara colocando em dia seus negócios e procurando alguém para fazer companhia a Adelaide, Quaresma viaja ao Rio, contra os conselhos da irmã e sob o olhar assombrado de Anastácio, que parecia prenunciar desgraças.

Chegando à cidade, agitada pela revolta, vai ao Palácio presidencial, carregando um memorial em que expunha as medidas necessárias para reformar e modernizar a estrutura agrária do país. Floriano, que o conhecera nos tempos do Arsenal, o saúda e, um tanto a contragosto, recebe o memorial mas não lhe dá muita importância, chegando a rasgar a primeira folha para escrever um bilhete ao ministro da Guerra. A conselho do marechal, Quaresma passa a integrar o batalhão patriótico 'Cruzeiro do Sul', comandado pelo Major Inocêncio Bustamante, agora tenente-coronel, com quem já se havia encontrado na casa do General Albernaz. Deixando o Palácio, sai em direção à residência de Vicente Coleoni, cruza-se com o general, o qual, interrogado sobre o estado de Ismênia, mostra-se contrafeito, não o informando de que a mesma enlouquecera completamente. Na casa de Coleoni, Quaresma discute a situação do País com Olga e o doutor Armando Borges, ocupado então com seu último truque de carreirista: traduzir seus artigos para uma linguagem difícil, diante da qual seus colegas de profissão e o público ficavam extasiados. Ao entardecer, segundo determinara o Tenente-coronel Bustamante, dirige-se ao quartel provisório em que se instalara o batalhão, na Ponta do Caju, e ali encontra Ricardo Coração dos Outros, recrutado a força e que se recusa a servir. Quaresma intervém a favor do cantor mas Bustamante mostra-se irredutível e o incorpora ao batalhão como cabo, concedendo, porém, que possa ficar com o violão. Agora como major de fato e não apenas por ter tido certa vez seu nome incluído em uma lista de integrantes da Guarda Nacional, o ex-subsecretário do Arsenal passa a comandar a guarnição do quartel provisório do batalhão patriótico 'Cruzeiro do Sul'. Entre seus comandados estão o próprio Ricardo Coração dos Outros e o Tenente Fontes, positivista fanático e noivo de Lalá, a terceira filha do General Albernaz. Responsável pelo canhão da guarnição, o Tenente Fontes mostra-se duro e autocrático, proibindo Ricardo Coração dos Outros de fazer suas serenatas.

Com o tempo, a guerra passa aos poucos a integrar a vida da cidade e do próprio Quaresma, que tem no estudo da artilharia sua nova paixão. Às vezes, contudo, aborrecido da rotina, costumava deixar o posto entregue ao comando do tenente Fontes, quando este ali se encontrava, ou de Polidoro, o imediato, e ri até a cidade. Certo dia, andando até São Januário, visita o General Albernaz, em cuja residência estavam jantando o Almirante Caldas, o Tenente-coronel Bustamante e o Tenente Fontes. Na discussão que então tem lugar, o tenente mostra-se um idealista que pensa no futuro da nação e da sociedade como um todo, ao contrário do almirante e do general. O primeiro, cujo velho sonho era comandar uma esquadra, mostra-se pessimista com o futuro e o segundo tem como preocupação fundamental o problema de Ismênia. Pouco depois de Quaresma retornar ao quartel, ali chega Floriano, que tinha por hábito visitar à noite as guarnições. Na saída, o ex-subsecretário do Arsenal cria coragem e pergunta ao marechal se lera seu memorial. Este responde que sim mas não se mostra muito disposto a discutir as questões nele levantadas, encerrando o diálogo com a frase: 'Você, Quaresma, é um visionário...'

Por esta época já fazia quatro meses que a revolta se iniciara e a situação continuava indefinida. Na Ponta do Caju, Ricardo Coração dos Outros, apesar de promovido a sargento a pedido do Tenente Fontes, entristecia cada vez mais em virtude da proibição de tocar violão. Quaresma, por sua vez, recordava com desânimo a forma como fora tratado por Floriano, em quem depositara a esperança de que viesse a ser o grande líder capaz de reformar e reorganizar o país. E na casa do General Albernaz, Ismênia definhava a olhos vistos, apesar de terem sido tentados todos os recursos para salvá-la, inclusive médium e feiticeiros. Informando desta situação, Quaresma solicita ao doutor Armanda Borges que a trate. Mesmo não se mostrando muito entusiasmo, o médico acede ao pedido. Seus esforços, contudo, também nada resolvem e certo dia Ismênia, depois de manifestar à mãe seu desejo de ser enterrada vestida de noiva, põe o vestido há tanto tempo guardado, o véu e a grinalda e cai sobre a cama, morta.

Enquanto isto, em Curuzu, o 'Sossego' regredia rapidamente. Anastácio continuava trabalhando mas de forma totalmente desordenada e assim o sítio voltara aos poucos ao abandono em que se encontrava antes da chegada de Quaresma. Na vila, os partidos adversários haviam feito as pazes por algum tempo diante da situação criada com o surgimento de um terceiro candidato, imposto pelo governo. O desfile dos que iam votar na secção eleitoral localizada quase diante do 'Sossego' servira pelo menos para distrair um pouco Adelaide. Esta, que não tinha qualquer gosto pela roça e, inclusive, passara a comprar na venda os alimentos de que necessitava, vivia desolada, apesar da companhia de Sinhá Chica, a mulher de Felizardo, o qual continuava escondido no mato. Temendo o recrutamento forçado. Nas cartas que escrevia ao irmão,

Adelaide pedia que retornasse o quanto antes, mostrando-se inconsolável pela situação. Nas respostas, Quaresma lhe pedia calma. A última destas, porém, fora diferente. O irmão contava que participara de uma batalha feroz, tendo chegado a matar inimigos, e revelava-se desesperado tanto por seu próprio destino quanto pela natureza humana. E acrescentava que fora ferido, tendo acontecido o mesmo com Ricardo Coração dos outros.

Apesar do ferimento não ser grave, a convalescença de Quaresma foi longa, tendo a mesma servido para que ele meditasse sobre sua vida e suas desilusões. O período da inatividade chegou ao fim mais ou menos ao mesmo tempo que a revolta. As forças leais a Floriano dominaram a baía da Guanabara, os oficiais revoltosos refugiaram-se em navios portugueses e os marinheiros foram presos. Por esta época, Quaresma e Ricardo Coração dos Outros recebem alta. Este vai para a ilha das Cobras e o major é destacado para comandar a guarnição da ilha das Enxadas, assumindo a contragosto o papel de carcereiro, pois ali encontravam detidos os marinheiros abandonados por seus oficiais. Sozinho, sem ninguém para conversar, Quaresma fica profundamente deprimido ao refletir sobre o inesperado e melancólico final de uma aventura que o levara a ser o carcereiro de pobres seres humanos que estavam à mercê dos vencedores pelo crime de terem obedecido a seus superiores, que os haviam deixado à própria sorte. E certo dia, ao assistir a uma cena em que alguns dos prisioneiro eram escolhidos ao acaso e retirados da ilha para serem fuzilados, não resiste e escreve uma carta protestando violentamente contra o ato. Imediatamente é preso como traidor e levado para a ilha das Cobras para ser executado. Ali, diante da morte, mais uma vez medita sobre a inutilidade de sua vida, sobre o desastre q que o havia levado a causa republicana, sobre a própria ingenuidade ao acreditar no idealismo de homens que buscavam antes de tudo vantagens para si próprios e não a transformação e a felicidade da Pátria. Pátria, aliás, que lhe parecia agora não ser mais que um mito, um fantasma que criara no silêncio de seu gabinete. Sem amores, sem filhos, abandonado por todos, diante do vazio de sua vida e da morte próxima, Quaresma chora.

Quaresma enganara-se, porém, pelo menos no que dizia respeito a Olga e Ricardo Coração dos Outros. Este, tão logo soubera da detenção, fazia tudo para conseguir a libertação, mesmo ciente de que corria grandes riscos, pois fora informado que a carta de Quaresma provocara grande indignação no Palácio presidencial, onde o massacre dos prisioneiros era visto como uma necessidade destinada a servir de exemplo e, assim, a fortalecer o regime. Contudo, seus esforços de nada resolvem.

Nem o General Albernaz, nem seu genro Genelício, nem o tenente-coronel Bustamante aceitam interceder em favor de Quaresma. Sem saber o que fazer, Ricardo Coração dos Outros vai a casa de Olga. Esta mostra-se desorientada, pois também não tinha noção do que fazer. Em determinado momento, porém, o menestrel a lembra que ela própria poderia ir ao Palácio. Surpreendendo-se inicialmente com a ideia, decide enfrentar a situação. Ao saber disto, temeroso das consequências deste ato para suas ambições de carreirista, o doutor Armando Borges fica furioso e quer impedi-la de fazer o que pretende. Olga, porém, não o atende e sai da residência determinada a falar com o presidente. No palácio, um ajudante de ordens de Floriano, depois de qualificar Quaresma de traidor e bandido, a informa de que não será recebida.

Olga não insiste e retira-se orgulhosamente, chegando à conclusão de que talvez fosse mais coerente deixar o padrinho morrer só e heroicamente do que humilhá-lo com um pedido de clemência que diminuiria sua grandeza moral diante de seus verdugos. Olhando a cidade e pensando nas profundas modificações que tudo sofrera ao longo de quatro séculos, consola-se pensando que o futuro trará mudanças. E nutrindo esta frágil esperança segue ao encontro de Ricardo Coração dos Outros.

2. Personagens

Policarpo Quaresma

A história de Policarpo Quaresma, como personagem central da obra, é a história de um erro. E este erro é, fundamentalmente, a incapacidade do protagonista em detectar as estruturas de poder. Na verdade, ele percebe as consequências destas estruturas mas não chega a descobrir como as mesmas funcionam. Seu nacionalismo, seu desejo de transformar a agricultura e seu projeto de reorganizar o próprio país partem de uma adequada análise da realidade mas não levam em conta os mecanismos geradores desta realidade.

Assim, Quaresma aparece como frágil e solitário porque sua confiança nas instituições políticas não é mais do que um equívoco, pois se baseia no falso pressuposto de que os homens que as representam possuam um idealismo que vá além de seus próprios interesses imediatistas. Floriano, encarnando o próprio poder, o define com frieza e completa propriedade: 'Você, Quaresma, é um visionário...' Um visionário não porque seja louco ou porque seus projetos sejam absurdos em si, mas porque o são por não se adequarem e até serem contrários aos interesses dos grupos que detêm o poder.

Ao final, como ao longo de toda a obra, Quaresma, mais uma vez, percebe, os fatos com realismo mas não entende por que sua aventura termina em tragédia. Este conflito é a própria essência do personagem. Se ele entendesse as leis que regem o mundo permaneceria à margem dos acontecimentos - como o imigrante Coleoni - ou a eles se amoldaria, deles se aproveitando. Mas neste caso não seria Policarpo Quaresma nem personagem de Lima Barreto. Pertenceria antes à galeria do discretos canalhas que povoam a ficção de Machado de Assis, por exemplo.

Ricardo Coração dos Outros

Ricardo Coração dos Outros, o trovador suburbano, é, no conjunto da obra, um personagem complexo, possuindo uma importância somente inferior à de Policarpo Quaresma e podendo ser analisado a partir de, pelo menos, três pontos de vista bastante distintos, se bem que não exclusivamente entre si.

Como personificação do artista nacional na visão de Policarpo Quaresma, Ricardo Coração dos Outros representa a cultura popular, isto é, as formas de expressão dos grupos sociais inferiores, já que os grupos dirigentes, por definição e sempre na visão de Policarpo Quaresma, possuem formas de expressão artísticas alienígenas, não nacionais. Como tal, desconsiderada momentaneamente a idealização de que é objeto por parte do nacionalismo do protagonista, ele pode ser considerado como símbolo da rígida estratificação cultural - produto da estratificação econômica e social - da sociedade brasileira.

Por outro lado, em termos estritamente sociais, Ricardo Coração dos Outros tipifica amplos segmentos da sociedade carioca da época: os moradores dos subúrbios, segundo diz o narrador/comentarista, também divididos, por sua vez, em estratos. No contexto desta sociedade, o trovador suburbano utiliza sua habilidade de músico como instrumento de ascensão social, deixando claros tanto sua pretensão de alcançar com sua arte também os bairros ricos quanto um mal disfarçado racismo.

Finalmente, Ricardo Coração dos Outros pode ser tomado ainda como protótipo do artista, mergulhado em seu trabalho criador, afastado das contingências mundanas e das preocupações práticas e dedicado a ser o coração dos outros, isto é, o porta-voz dos sentimentos e emoções dos demais.

Olga

Na ficção brasileira Olga surge como primeiro personagem feminino a dissecar logicamente e a verbalizar claramente sua posição no mundo a partir de uma perspectiva crítica coerente. Esta análise não chega a adquirir grande profundidade mas é suficientemente ampla para englobar tanto sua função social especifica como mulher quanto a própria realidade política.

No primeiro caso, rebela-se contra o oportunismo do marido, preocupado exclusivamente com sua própria carreira. No segundo, a partir da crise desencadeada pelo trágico destino do padrinho, revolta-se contra as instituições, que determinam o caminho dos indivíduos dentro delas. E é somente ao juntar os dois planos, o pessoal e o social, que Olga, abandonando o conformismo a que se entregara por entender que não havia alternativas para ela, manifesta corajosamente sua rebeldia. Contudo, também realista como o marido, apenas que com interesses diversos, não tira todas as consequências de sua atitude e entrega ao processo histórico-social o papel de desencadeador das necessárias e inevitáveis mudanças. Na verdade, apesar de pertencer a uma geração de mulheres que começam a não aceitar mais um papel submisso e secundário - como o de Maricota, a esposa de Albernaz, ou de Adelaide - é preciso acentuar que Olga, como filha de um abastado imigrante, tem todas as condições econômicas e sociais para comandar seu próprio destino e de fugir ao trágico final de Ismênia.

Floriano

Apesar de aparecer apenas incidentalmente, o personagem do marechal e presidente Floriano Peixoto adquire importância não apenas por ser transportado do mundo real da história para a ficção mas principalmente por representar o poder. Alvo de violentas críticas nas intervenções do autor/narrador, que nestas ocasiões o identifica como o próprio Floriano do mundo real da história e não como personagem de ficção, o marechal é visto como um feroz tiranete doméstico, intelectualmente limitado e politicamente despreparado.

Esta imagem, contudo, contradiz sua ação como personagem de ficção em si, pois nesta condição mostra compreender muito bem o poder que possui, os atos que pratica e o papel que desempenha. Afinal, é ele que, ao tomar conhecimento dos projetos do major, o define com uma precisão inapelável: 'Você, Quaresma, é um visionário...' Da mesma forma que é ele que o condena, segundo a fria e brutal lógica do poder, de acordo com a qual não havia outra saída. Porque, de fato, Quaresma nada entendera.

3. Estrutura narrativa

Composto de três partes, cada uma dividida em cinco capítulos, Triste fim de Policarpo Quaresma narra a história do Major quaresma, um nacionalista bem intencionado mas ingênuo que pretende reformar o país, principalmente o setor agrícola. Ao longo da narração, organizada segundo o esquema de um narrador onisciente em terceira pessoa, este às vezes assume a posição de autor/comentarista, apontando e selecionando ideias e fato relevantes, principalmente quando se trata de fornecer elementos que possibilitem ema análise política do período histórico no contexto do qual se desenrola a história do protagonista. A ação tem por palco o Rio de Janeiro e suas imediações nos anos imediatamente seguintes à proclamação da República, mais especificamente durante o governo do mal. Floriano Peixoto, que aparece na obra como personagem.

Modernismo – 1ª geração

Semana de Arte Moderna



Manifesto da Poesia Pau-Brasil

Manifesto da Poesia Pau-Brasil - Oswald de Andrade

Comentário:

Em 1924, Oswald de Andrade, no Manifesto da poesia pau-brasil (Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 18/03/24), defendia uma condição para o poeta: “sem reminiscências livrescas. Sem comparação de apoio. Sem pesquisa etimológica. Sem ontologia. Foi inicialmente publicado no jornal Correio da Manhã, edição de 18 de março de 1924: no ano seguinte, uma forma reduzida e alterada do manifesto abria o livro de poesias Pau-Brasil. No manifesto e no livro Pau-Brasil [ilustrado por Tarsila do Amaral], Oswald propõe uma literatura extremamente vinculada à realidade brasileira, a partir de uma redescoberta do Brasil. Ou, como afirma Paulo Prado ao prefaciar o livro: “Oswaldo de Andrade, numa viagem a Paris, do alto de um atelier da Face Clichê – umbigo do mundo – descobriu, deslumbrado, a sua própria terra. A volta à pátria confirmou, no encantamento das descobertas manuelinas, a revelação surpreendente de que o Brasil existia. Esse fato, de que alguns já desconfiavam, abriu seus olhos à visão radiosa de um mundo novo, inexplorado e misterioso. Estava criada a poesia” pau-brasil “.”

Texto:

A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos.

O Carnaval no Rio é o acontecimento religioso da raça. Pau-Brasil. Wagner submerge ante os cordões de Botafogo. Bárbaro e nosso. A formação étnica rica. Riqueza vegetal. O minério. A cozinha. O vatapá, o ouro e a dança.

Toda a história bandeirante e a história comercial do Brasil. O lado doutor, o lado citações, o lado autores conhecidos. Comovente. Rui Barbosa: uma cartola na Senegâmbia. Tudo revertendo em riqueza. A riqueza dos bailes e das frases feitas. Negras de jockey. Odaliscas no Catumbi. Falar difícil.

O lado doutor. Fatalidade do primeiro branco aportado e dominando politicamente as selvas selvagens. O bacharel. Não podemos deixar de ser doutos. Doutores. País de dores anônimas, de doutores anônimos. O Império foi assim. Eruditamos tudo. Esquecemos o gavião de penacho.

A nunca exportação de poesia. A poesia anda oculta nos cipós maliciosos da sabedoria. Nas lianas da saudade universitária.

Mas houve um estouro nos aprendimentos. Os homens que sabiam tudo se deformaram como borrachas sopradas. Rebentaram.

A volta à especialização. Filósofos fazendo filosofia, críticos, crítica, donas de casa tratando de cozinha.

A Poesia para os poetas. Alegria dos que não sabem e descobrem.

Tinha havido a inversão de tudo, a invasão de tudo: o teatro de base e a luta no palco entre morais e imorais. A tese deve ser decidida em guerra de sociólogos, de homens de lei, gordos e dourados como Corpus Juris.

Ágil o teatro, filho do saltimbanco. Ágil e ilógico. Ágil o romance, nascido da invenção. Ágil a poesia.

A poesia Pau-Brasil, ágil e cândida. Como uma criança.

Uma sugestão de Blaise Cendrars: - Tendes as locomotivas cheias, ides partir. Um negro gira a manivela do desvio rotativo em que estais. O menor descuido vos fará partir na direção oposta ao vosso destino.

Contra o gabinetismo, a prática culta da vida. Engenheiros em vez de jurisconsultos, perdidos como chineses na genealogia das idéias.

A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos.

Não há luta na terra de vocações acadêmicas. Há só fardas. Os futuristas e os outros.

Uma única luta - a luta pelo caminho. Dividamos: poesia de importação. E a Poesia Pau-Brasil, de exportação.

Houve um fenômeno de democratização estética nas cinco partes sábias do mundo. Instituíra-se o naturalismo. Copiar. Quadro de carneiros que não fosse lã mesmo, não prestava. A interpretação no dicionário oral das Escolas de Belas Artes queria dizer reproduzir igualzinho...Veio a pirogravura. As meninas de todos os lares ficaram artistas. Apareceu a máquina fotográfica. E com todas as prerrogativas do cabelo grande, da caspa e da misteriosa genialidade de olho virado - o artista fotográfico.

Na música, o piano invadiu as saletas nuas, de folhinha na parede. Todas as meninas ficaram pianistas. Surgiu o piano de manivela, o piano de patas. A pleyela. E a ironia eslava compôs para a pleyela. Stravinski.

A estatuária andou atrás. As procissões saíram novinhas das fábricas.

Só não se inventou uma máquina de fazer versos - a havia o poeta parnasiano.

Ora, a revolução indicou apenas que a arte voltava para as elites. E as elites começaram desmanchando. Duas fases: 1a) a deformação através do impressionismo, a fragmentação, o caos voluntário. De Cézanne e Mallarrmé, Rodin e Debussy até agora. 2a) o lirismo, a apresentação no templo, os materiais, a inocência construtiva.

O Brasil profiteur. O Brasil doutor. E a coincidência da primeira construção brasileira no movimento de reconstrução geral. Poesia Pau-Brasil.

Como a época é miraculosa, as leis nasceram do próprio rotamento dinâmico dos fatores destrutivos.

A síntese

O equilíbrio

O acabamento de carrosserie

A invenção

A surpresa

Uma nova perspectiva

Uma nova escala

Qualquer esforço natural nesse sentido será bom. Poesia Pau-Brasil.

O trabalho contra o detalhe naturalista - pela síntese; contra a morbidez romântica - pelo equilíbrio geômetra e pelo acabamento técnico; contra a cópia, pela invenção e pela surpresa.

Uma nova perspectiva.

A outra, a de Paolo Ucello criou o naturalismo de apogeu. Era uma ilusão de ótica. Os objetos distantes não diminuíam. Era uma lei de aparência. Ora, o momento é de reação à aparência. Reação à cópia. Substituir a perspectiva visual e naturalista por uma perspectiva de outra ordem: sentimental, intelectual, irônica, ingênua.

Uma nova escala:

A outra, a de um mundo proporcionado e catalogado com letras nos livros, crianças nos colos. O reclame produzindo letras maiores que torres. E as novas formas da indústria, da viação, da aviação. Postes. Gasômetros Rails. Laboratórios e oficinas técnicas. Vozes e tics de fios e ondas e fulgurações. Estrelas familiarizadas com negativos fotográficos. O correspondente da surpresa física em arte.

A reação contra o assunto invasor, diverso da finalidade. A peça de tese era um arranjo monstruoso. O romance de idéias, uma mistura. O quadro histórico, uma aberração. A escultura eloqüente, um pavor sem sentido.

Nossa época anuncia a volta ao sentido puro.

Um quadro são linhas e cores. A estatuária são volumes sob a luz.

A Poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar das gaiolas, um sujeito magro compondo uma valsa para flauta e a Maricota lendo o jornal. No jornal anda todo o presente.

Nenhuma fórmula para a contemporânea expressão do mundo. Ver com olhos livres.

Temos a base dupla e presente - a floresta e a escola. A raça crédula e dualista e a geometria, a álgebra e a química logo depois da mamadeira e do chá de erva-doce. Um misto de "dorme nenê que o bicho vem pegá" e de equações.

Uma visão que bata nos cilindros dos moinhos, nas turbinas elétricas, nas usinas produtoras, nas questões cambiais, sem perder de vista o Museu Nacional. Pau-Brasil.

Obuses de elevadores, cubos de arranha-céus e a sábia preguiça solar. A reza. O Carnaval. A energia íntima. O sabiá. A hospitalidade um pouco sensual, amorosa. A saudade dos pajés e os campos de aviação militar. Pau-Brasil.

O trabalho da geração futurista foi ciclópico. Acertar o relógio império da literatura nacional.

Realizada essa etapa, o problema é outro. Ser regional e puro em sua época.

O estado de inocência substituindo o estado de graça que pode ser uma atitude do espírito.

O contrapeso da originalidade nativa para inutilizar a adesão acadêmica.

A reação contra todas as indigestões de sabedoria. O melhor de nossa tradição lírica. O melhor de nossa demonstração moderna.

Apenas brasileiros de nossa época. O necessário de química, de mecânica, de economia e de balística. Tudo digerido. Sem meeting cultural. Práticos. Experimentais. Poetas. Sem reminiscências livrescas. Sem comparações de apoio. Sem pesquisa etimológica. Sem ontologia.

Bárbaros, crédulos, pitorescos e meigos. Leitores de jornais. Pau-Brasil. A floresta e a escola. O Museu Nacional. A cozinha, o minério e a dança. A vegetação. Pau-Brasil.

Oswald de Andrade (Correio da Manhã, 18 de março de 1924)

(Apostila 13 de Modernismo de 22 - Literatura Brasileira)



Acessem este endereço para saberem mais sobre a primeira geração do modernismo: http://www.brasilescola.com/literatura/o-modernismo-no-brasil.htm



Vidas Secas

O drama da família de retirantes, obrigada a se mudar constantemente por causa da seca, é narrado num estilo com economia de adjetivos, que transmite a aridez do ambiente e suas conseqüências para os sertanejos

Vidas Secas, romance publicado em 1938, retrata a vida miserável de uma família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca. A obra pertence à segunda fase modernista, conhecida como regionalista, e é qualificada como uma das mais bem-sucedidas criações da época.


O estilo seco de Graciliano Ramos, que se expressa principalmente por meio do uso econômico dos adjetivos, parece transmitir a aridez do ambiente e seus efeitos sobre as pessoas que ali estão.

A ESTÉTICA DA SECA
O livro consegue desde o título mostrar a desumanização que a seca promove nos personagens, cuja expressão verbal é tão estéril quanto o solo castigado da região. A miséria causada pela seca, como elemento natural, soma-se à miséria imposta pela influência social, representada pela exploração dos ricos proprietários da região.


Os retirantes, como o próprio nome indica, estão alijados da possibilidade de continuar a viver no espaço que ocupavam. São, portanto, obrigados a retirar-se para outros lugares. Uma das implicações dessa vida nômade dos sertanejos é a fragmentação temporal e espacial.


Graciliano Ramos conseguiu captar essa fragmentação na estrutura de Vidas Secas ao utilizar um método de composição que rompia com a linearidade temporal, costumeira nos romances do século XIX.


A proposital falta de linearidade, ou seja, de capítulos que se ligam, temporalmente, por relações de causa e de consequência, dá aos 13 capítulos de Vidas Secas uma autonomia que permite, até mesmo, a leitura de cada um de forma independente.

ENREDO
O enredo, marcado por essa falta de linearidade temporal, tem dois capítulos bem definidos: o primeiro (“Mudança”) e o último (“Fuga”). “Mudança” narra as agruras da família sertaneja na caminhada impiedosa pela aridez da caatinga, enquanto em “Fuga” os retirantes partem da fazenda para uma nova busca por condições mais favoráveis de vida. O romance estrutura-se por meio da sequência retirada/permanência em terras alheias/retirada.


Nos 11 capítulos intermediários, a família de retirantes não se estabelece em um local próprio, mas na propriedade de um fazendeiro, onde Fabiano, o chefe dessa família, assume a condição de meeiro, lavrador que planta em sociedade com o dono do terreno, tendo direito à metade da colheita.

Merece destaque, no romance, o capítulo “Baleia”. Foi o primeiro escrito por Graciliano Ramos e o que mais tem autonomia em relação aos demais. Se em todos os outros capítulos há certa independência, e eles podem ser lidos fora da sequência proposta pelo autor, nesse caso a leitura pode até ser feita isoladamente. Essa possibilidade se deve a sua estrutura, que se assemelha mais à de um conto.

NARRADOR
A escolha do foco narrativo em terceira pessoa é emblemática, uma vez que esse é o único livro em que Graciliano Ramos utilizou tal recurso. Trata-se, na verdade, de uma necessidade da narrativa, para que fosse mantida a verossimilhança da obra. Por causa da paupérrima articulação verbal dos personagens, reflexo das adversidades naturais e sociais que os afligem, nenhum parece capacitado a assumir o posto de narrador.


O autor utilizou também o discurso indireto livre, forma híbrida em que as falas dos personagens se mesclam ao discurso do narrador em terceira pessoa. Essa foi a solução para que a voz dos marginalizados pudesse participar da narração sem que tivessem de arcar com a responsabilidade de conduzir de forma integral a narrativa.

ESPAÇO
A narrativa é ambientada no sertão, região marcada pelas chuvas escassas e irregulares. Essa falta de chuva – somada a uma política de descaso do governo com os investimentos sociais – transforma a paisagem em ambiente inóspito e hostil.


Inverno, na região, é o nome dado à época de chuvas, em que a esperança sertaneja floresce. O sonho de uma existência menos árida e miserável esboça-se no horizonte e dura até as chuvas cessarem e a seca retornar implacável. No romance, essa esperança aparece no capítulo “Inverno”, em que Fabiano alimenta a expectativa de uma vida melhor, mais digna.


O retorno à visão marcada pela falta de perspectivas recomeça com o fim das chuvas, com o fim da esperança. Na obra, pode-se apontar, também, para dois recortes espaciais: o ambiente rural e o urbano. A relevância desse recorte se deve às sensações de adequação ou inadequação dos personagens em um ou outro espaço.


Fabiano consegue, apesar da miséria presente, dominar o ambiente rural. Incapaz de se comunicar, o personagem, desempenhando a solitária função de vaqueiro, não sente tanto as conseqüências de seu laconismo. Além disso, conhece as técnicas de sua profissão, o que lhe dá uma sensação de utilidade e permite que goze até de certa dignidade. A passagem em que seu filho o admira ao vê-lo trabalhando deixa claro isso. Na cidade, porém, Fabiano vivencia, a cada nova experiência, o sentimento de inadequação. Os capítulos “Festa” e “Cadeia” ilustram bem essa sensação.

TEMPO
Além da falta de linearidade do tempo, em Vidas Secas há nítida valorização do tempo psicológico, em detrimento do cronológico. Essa opção do narrador de ocultar os marcadores temporais tem como principal conseqüência o distanciamento dos personagens da ordenação civilizada do tempo.


Dessa forma, nota-se que a ausência de uma marcação cronológica temporal serve, enquanto elemento estrutural, como mais uma forma de evidenciar a exclusão dos personagens.
Por outro lado, a valorização do tempo psicológico na narrativa faz com que as angústias dos personagens fiquem mais próximas do leitor, que as percebe com muito mais intensidade.

CONCLUSÃO
Vidas Secas é um dos maiores expoentes da segunda fase modernista, a do regionalismo. O diferencial desse livro para os demais da época é o apuro técnico do autor. Graciliano Ramos, ao explorar a temática regionalista, utiliza vários expedientes formais – discurso indireto livre, narrativa não-linear, nomes dos personagens – que confirmam literariamente a denúncia das mazelas sociais.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Mito da Caverna

Atenção queridos alunos do 1° ano:

Aqui está o link para acesso ao texto do Mito da Caverna. Por gentileza, leiam e depois me perguntem sobre possíveis dúvidas.

http://www.marculus.net/textos/platao_o_mito_da_caverna.pdf

Obs: não se esqueçam de que há um vídeo no youtube com a história do mito em quadrinhos, portanto vale a pena consultá-lo!

Atenciosamente.

Professora Viviane

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Características do Pré-Modernismo

Olá, caríssimos!
Aqui vão as principais características do Pré-Modernismo e um pouco sobre Lima Barreto.


CARACTERÍSTICAS DO PRÉ-MODERNISMO

RUPTURA COM O PASSADO – Os autores adotaram inovações que feriam o academicismo.

REGIONALISMO – A realidade rural brasileira é exposta sem os traços idealizadores do Romantismo. A miséria do homem do campo é apresentada de forma chocante.

LITERATURA-DENÚNCIA – Os livros são escritos em tom de denúncia da realidade brasileira. O Brasil oficial (cidades da Região Sul, belezas do litoral, aspectos positivos da civilização urbana) é substituído por um Brasil não-oficial (sertão nordestino, caboclos interioranos, realidade dos subúrbios).

CONTEMPORANEIDADE – A literatura retrata fatos políticos, situação econômica e social contemporâneos, diminuindo a distância entre realidade e ficção. Obras e autores que exemplificam isso:

LIMA BARRETO. (Rio de Janeiro, 1881 – 1922).

Vida.

Nascido no dia 13 de Maio de 1881, Afonso Henrique de Lima Barreto, era jornalista, mulato nascido e filho de escravos, estudou primeiramente em Niterói e depois no Colégio Pedro II, estudou engenharia em uma Escola Politécnica, mas teve de largar seus cursos para sustentar sua família por causa de seu pai que acabou ficando louco, ele começou a trabalhar na Secretaria da Guerra.

Obra.

• O Subterrâneo do Morro do Castelo
• Recordações do Escrivão Isaías Caminha.
• O Homem que sabia Javanês.
• Triste fim de Policarpo Quaresma.
• Vida e Morte de M.J. Gonzaga de Sá.
• Cemitério dos Vivos.
• Histórias e Sonhos.
• Os Bruzundangas.
• Clara dos anjos.
• Outras Histórias e Contos Argelinos.
• Coisas do Reino de Jambom.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Novidades

Atenção!!!!

Prepare-se para os eventos da área de Língua Portuguesa que movimentarão o Ensino  Médio da Etec de Itanhaém.

  Concurso de Redação - Texto dissertativo/argumentativo!

Gênero: Artigo de opinião


  Projeto de Leitura "O mês do escritor"


Aguardem!!!